Às vezes, ocorre algo interessante com os empreendedores que participam dos nossos treinamentos ou lêem O Livro do Lucro. Eles começam a comparar a sua empresa com tudo o que estão aprendendo e, ao notar que ela ainda possui muitos pontos a serem ajustados, se deixam pegar pelo desânimo.
Essa atitude costuma ter sua raiz em uma confusão que às vezes fazemos sem nem mesmo nos darmos por conta: confundimos o nosso negócio conosco; achamos que nós valemos tanto quanto vale o empreendimento que criamos. É assim que tomamos uma crítica a nossa empresa como se fosse uma crítica pessoal e feroz dirigida a nós mesmos.
Tenha certeza de uma coisa: esse é um caminho certo para a cegueira, a resistência à mudança, a frustração e os resultados medíocres.
A verdade é que você não é o seu negócio!
É natural e desejável que sua empresa reflita partes da sua personalidade, mas ela não é você. Essa confusão traz consequências desastrosas tanto para os empreendedores como para os seus negócios.
Teremos medo de agir e mudar. Quando pensamos que somos o nosso negócio, ficamos literalmente apavorados com a possibilidade de cometermos erros e nos expormos ao ridículo. Consequentemente, sempre buscamos a zona de conforto, não mudamos, não inovamos nem tentamos nada novo. O resultado é estagnação e lucros mínimos.
Construiremos um império de mentiras. Vivendo essa ilusão, investiremos tempo e recursos para montarmos e mantermos um teatrinho enganoso para esconder fragilidades as quais devoram nosso empreendimento - e nosso bolso… e nossa alma… e nossa paz. Quando chegamos nesse ponto, acaba a capacidade de identificar e lidar com os problemas que precisam ser tratados. O fim do negócio está próximo.
Não teremos a energia que precisamos. A equação enganosa "empresa=mim" mata a nossa motivação e a nossa vontade de vencer. Isso porque quando surgirem os primeiros problemas no negócio - e eu juro para você: haverá toneladas deles todos os meses - nos sentiremos esmagados, deprimidos. A identificação completa da pessoa com a empresa fará parecer que uma falha na empresa é uma falha nossa enquanto seres humanos… E isso é, obviamente, uma mentira!
Como se diferenciar do seu negócio e adotar um espírito vencedor?
É só quando realmente sei que eu e o meu negócio são coisas diferentes que então terei a liberdade de espírito e o espaço mental necessários para ser audaz, para arriscar e, principalmente, para lidar com os problemas sem ser sufocado por eles.
Esse é o espírito vencedor. Uma atitude, ao mesmo tempo, séria, forte e desprendida.
Quando alguém oferece uma oportunidade de melhoria para um negócio vencedor, sua dona não a vê como uma ofensa ou como algo que identifica uma fraqueza pessoal sua. Pelo contrário: fica feliz em saber que pode melhorar o seu empreendimento, mesmo que ela saiba que esse incremento possa levar tempo para ser implantado.
E a verdade é que sempre podemos melhorar. Sempre, sempre!
Há milhares de oportunidades esperando lá fora. Não deixe elas escaparem por pensar que fraquezas no negócio dizem respeito ao seu valor humano, sagrado e infinito.
Pense nisso: quanto mais você separar a sua noção de valor-próprio do seu negócio, mais você estará livre para se entregar a ele, livre do medo. Tenha isso em mente quando ler as dezenas de oportunidades de melhoria que oferecemos no Livro do Lucro.
Com a mentalidade correta, certamente teremos melhores chances e, acima de tudo, uma vida mais feliz. Como dizia a Madre Angélica,
"A não ser que você esteja disposto a fazer algo que, de início, pareça louco e ridículo aos seus próprios olhos, Deus não fará em você o que é milagroso".
Vai com tudo!
Diego Marconatto, PhD